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15 de dezembro de 2018

Bem vindo a 2014, Platão.

...até que em algum momento esqueci da minha ideia louca de ir pra Bahia tentar voltar a surfar e vimos uma lhama comendo capim. Equanto ela tirava fotos, senti que minhas pernas doíam de um jeito que os treinos de jiu jitsu jamais tinham alcançado. Minha calça jeans era 48, as sociais, 52. Eu não lembrava quando tinha transado pela ultima vez mas lembrava do símbolo platinum nos meus cartões de crédito, e olhando aquelas ruínas de civilização pensei que não tinha dinheiro o suficiente pra chegar mais alto. Olhei o céu azul, olhei as núvens e por algum breve momento voltei alguns anos lá pra praia na Vinícius, pro quarto bagunçado do Gebê, pro skate. Foi quando que sem perceber, contemplei aquele breve silêncio até ser interrompido pelas vozes de um casal de turistas. Meu Galaxy Note 3 não tinha nada de novo além de conversas vazias, um Facebook cheio de mentiras e o Whatsapp onde só se falavam da Copa do Mundo que ia ser no Brasil. Os turistas pareciam se divertir conversando e eu passei a pensar no quanto eu não aguentava mais ir pra bar ouvir o mesmo papo corporativo de sempre, enchendo a cara de gordura e chop. Abrí o instagram e nem sabia usar hashtag, #tbt não existia e eu tava no topo do mundo: usando algemas de 9 mil reais, gordo, deitado, espalhado na grama de 600 anos bem cuidada e verde, em um dia de céu aberto,  reclamando e pensando no quão alto eu poderia chegar abdicando da minha natureza, das minhas essências. Bem, eu queria ir pro Nordeste mas eu não sabia sonhar alto. Peguei um avião, trem, onibus e trem. E onibus e trem e onibus. Fui parar em Machu Picchu e tirei fotos que fariam minha vida parecer perfeita, enquanto cerrava chifre e conversava pela milésima vez sobre divórcio entre uma briga e outra. Eu ví a falta daquilo tudo que era parte da minha carne se transformarar em uma espécie de agonia, que me fazia gritar em silêncio todas as noites de sexta. Não me reconhecia, e mesmo lá de cima não me admirava, não olhava pra aquele céu com esperança e sim, quase que em tom de prece. Primeio tiraram minha voz, depois a autoestima. E enquanto os buracos  cresciam, minhas estrias tatuaram minha pele antes mesmo de eu reconhecer o monstro que tinha me tornado, morando na Caverna, em um Banquete inspirado por Platão. 

27 de novembro de 2018

Redenção


Se eu te falasse do meu mundo colorido
O seu sorriso, o meu sentir e nada mais
A testa baixa, um olho roxo e minha libido
O sol nascendo e o meu mundo se desfaz.
Se eu te falasse dos meus sonhos de menino
Se eu te falasse do meu filho que se foi
Recompondo alguns dos versos mais antigos
Meio inquieto eu deixo o sono pra depois
Os meus fantasmas me perseguem em pensamento
Broto de sonhos que morreu, se decompôs
O silencio anunciando uma tormenta
A madrugada deixa o choro pra depois
Verso por verso, eu te procuro aqui dentro
Jogo pro vento a vontade de te ter
Aqui comigo, acalmando o meu "por dentro",
Teu cheiro em mim é tão dificil de esquecer

Se eu pudesse abraçaria as coisas lindas
Desenho flores sobre a tumba do meu pai
Minha mãe chorando procurando margaridas
Podando magoas pra deixar tudo lá atrás.

Seu te falasse que um dia ja fui rei,
Se eu te falasse que um dia tive paz.
Te contaria sobre o tapa que levei
E da mulher que hoje é mãe e não quis mais
Eu lembro dela, de um aborto e tantas outras
Sonhos de um, "o meu amor não é pra nós."
Quantos anos você teria hoje?
Quem eu seria sem a marca de nós dois?

Se eu te falasse que amei o sol e a lua
E que escrevi canções  tão belas sobre amor
Se eu falasse que esqueci da minha saúde
Cruzando mares, ruas pra fugir da dor  
Talvez se eu algum dia eu resolvesse perguntar
Deus me diria ou alguém viria me contar
Sobre a saudade que insiste em sussurrar
Palavras doces, sobre o belo, sobre amar

Vem aqui, me abraça forte
Me dá teu cheiro, e ensina a me doar
Pra entender que eu posso amar, que mundo é lindo
Pra entender que não preciso me matar

Verso por verso, essa agonia me atenta
Quebrei a casa e engoli meu coração
O silencio anunciando a morte lenta
Sobrevivi, deixando manchas no colchão
Todas as noites, como eu faço pra dormir?
Deus me perdoe, pois tentei, nao consegui.
A praia, o mar, o verde e o céu azul anil
Um poeta aprendendo a ser gentil

O peito dói, mas não só porque amei
O peito dói pelos sonhos que matei
O peito dói, mas não só porque amei
O peito dói pelos sonhos que matei

21 de novembro de 2018

Arroto e Elis

'Caía a tarde feito um viaduto,
Azar a esperança equilibrista', calma.
Não pula estrofe,
Verso por verso
Escrevo, rezo.
Violão e TOC
Nada de toque,
Não me toque.
Não pense em respirar, deixa sair.
Pega fôlego, o mar ta grande.
Pega andando, mas pega esse bonde.
Não da pra acompanhar,
Não pode seguir.
Perguntar aonde foi,
Explicar o tamanho.
Homem que é homem não prova
Não toca, se entoca
E uma vez na toca,
Chora.
Curando, o bordão vira jargão
E o jargão uma piada,
Uma piada de mal gosto.
Cansado,
Calado.
Era uma vez, mais uma vez
Um poeta falido
Aguardando a sua vez
De consertar o coração partido
De redescobrir caminhos
Sempre apontando
As ruínas da terra prometida.
O sonho americano
E um punhal afiado com carinho me perfura
Meu bucho, meu coração
Bruto.
Brutus, até tu.
Desde o primeiro dia esperei,
Não me assusto
E ainda disposto, me deito.
Vai dar jeito,
As linhas tortas das tantas areias
'Por onde andei vestido de cetim'
Queria eu, 'por onde for, ser seu par'.
Despido, fugiu da encruzilhada
O anjo caído
Já não queria acordos e almas
Ou mesmo, consolo.
Seus olhos e pele gritavam por amor.
Por paz.
E o som que se ouvia distante,
Era um arroto.
Via-se pela via, ainda morno, em trilha.
O sorriso blasé
O sangramento escondia.

21 de outubro de 2018

O Vazio da Classe Média

   Sim, muitos vão querer o quê você tem. Pessoas dirigindo o próprio carro, postando foto "da viagem mara" da mesa do escritório naquela pausa pro café. Sim, eu sei de você. Sei que você levou a faculdade a sério, que foi a festas memoráveis e que, se formou no tempo certo. Sei que você tem compaixão pelo seu amigo proximo que não tá indo pros chops da galera porque tá faltando grana. Sei que você atura um monte de gente chata porque não tem escolha, porque sozinho dá medo - tá certo, você está fazendo e sempre fez tudo certo. Sei que você gosta de ficar levemente embriagado, de sentir o gosto da picanha e que tem vontade de socar o cara do trabalho que não cala a boca. Sei que todo Domingo antes de ir dormir você faz um monte de planos e revê a sua vida, soltando um suspiro, achando que tá sem fôlego. Sei que você pensa que as parcelas e as contas estão em dia, que a geladeira ta gorda e que sua vida está em ordem.
   O quê de fato sei, é que essa sua infelicidade nunca vai embora e que você nunca vai encontrar "o quê te falta" enquanto não entender que o mundo tá doente porque as pessoas trazem chocolate do freeshop pra colegas de trabalho que não suportam, transam sem um mínimo de troca, escrevem poesias pra enaltecer ou curar o ego e não, pra espalhar emoção. Alguns doam até o próprio sangue e beijam os filhos na testa, antes de pensar na gostosa do Whatsapp e em trocar de carreira pra ficar mais em casa afinal, a esposa é parceria... não dá pra trair, né? Pensam ainda em perguntar como foi o dia do porteiro, dando bom dia pro caixa da padaria e abraçando os proprios pais mesmo sem reconhecer o cheiro da pele deles... parece um esforço, eu sei cara. Nada disso faz passar, né? Nada disso acalma o teu coração, nada disso te preenche. Você pensa em voltar a surfar, andar de bicicleta, fazer trilhas, correr maratonas, voltar a estudar. Ler o próximo livro sobre empreendedorismo e autoconhecimento, fazer Yoga, jiu jitsu. Fazendo uma força cada vez maior pra ser gentil, calmo e mandar aquele "faaaala, tudo certinho?" depois de socar a parede ou chorar escondido. Vai lá cara, continua. Você tá fazendo tudo certo.
   Muitos vão querer até "o nada" que você tem. Mas poucos estão dispostos a pagar o preço.

17 de outubro de 2018

Sunnybrook Hospital E Wing ale, Patient Records

Rising sun, scratching bones
Twilight dreams of broken songs
Sang me one, repeating twice
Took my chances by rolling dices
Fallen asleep while you can
Lost in dreams won't tell you when
Peace, love, disturbing horror and gore
Still pretending, who feels it sore?
They've put me aside
Not despite nor beside
Aside, nothing more
Time will tell stories 'bout hell
Lost breath, dingling bells
Screaming regrets, blowing in the wind
Traced lines, scarred skin
Cursed land had made me cold
In the hands of her
I've been saved by love.

16 de setembro de 2018

Setembro Amarelo, quase uma hepatite

   Outubro é o mês do meu aniversário. Estando longe dos meus amigos e familia há mais de 1 ano e meio, faço uso das redes sociais porque geralmente lembro de algo engraçado e de alguma forma, bate saudade. Isso acontecia quase que diariamente, mas algo vem mudando. Eu saí do meu cercado achando que o quê me pertubava era a falta de perspectiva e que as pessoas, só não sabiam observar que a causa de tanta desgraça, é estrutural.
  Eu estava errado. Acho que 100% errado, visto que ser capaz, inteligente e esforçado te leva a qualquer lugar. De fato estava fugindo de algo que me fazia muito mal e acho, que quando parei para observar me assustei com o quanto tinha deixado de lado o meu corpo, meus habitos e minha saúde como um todo. Não gostei, não gosto do quê vi e vejo no espelho. Veja bem, eu não me odeio, acho que sou até soberbo na hora de olhar para as minhas qualidades. Na minha psiquè isso funciona como algo que tem a ver com desperdício, já que nos melhores colégios eu era o aluno que dava trabalho, que só queria brincar. Eu gostava tanto de ir pro colégio... eram amigos da minha idade e as brincadeiras eram as melhores - eu comecei a aprender informatica em 1988. O colégio era referência, parecia um castelo, tinha uma tamarindeiro, piscinas, coreto e a menina mais bonita e popular era filha de político, claro.
   Na minha cabeça era tudo uma brincadeira, um grande Facebook da vida real onde havia zero compromentimento com responsabilidades: pilhas e pilhas de deveres de casa não feitos, advertências, suspensões. Eu só entendi como a vida funcionava anos depois com tanta reviravolta, indo pro colégio no nono ano do Ensino Fundamental e usando uniforme, encontrando um amigo que tava na faculdade e sentindo vergonha. Cerca de uns 8 meses depois namorei uma menina da minha idade, familia margarina de Ipanema, fazia arquitetura na Santa Ursula, tava tirando carteira de motorista e o computador aonde ela fazia os trabalhos de faculdade era mais caro do quê o meu quarto inteiro. Obvio que menti a minha idade, falei que tava quase me formando no ensino medio e que, queria fazer desenho industrial. Eu menti de todas as formas até que ela me viu na porta do colégio, em uma das suas voltas pra casa.
   Alí, alguma coisa clareou na minha maneira de entender o mundo: a gente tem que sobreviver, tem que sobreviver o tempo todo. O colégio caro, o tamarindeiro, a praia, os presentes e festinhas megalomaníacas de aniversário, as surras...  eram artifícios pra me preparar, pra me tornar forte o bastante e conseguir me virar, sobreviver sozinho.
   Seguindo esse plano eu aprendi piano, bateria, violão, surf, a montar/consertar computadores, mexer nas raizes de sistemas operacionais, aprendi desenho tecnico, historia da arte, lavar louça, empacotar comida chinesa, artes marciais, cozinhar, carregar malas, capinar, a fazer serviços de marcenaria, desenhar gente nua, serviços basicos de mecânica, pintura e hidráulica, aprendi a dirigir, aprendi a escrever queries básicas de SQL, mexer em GDSs, aprendi 2 linguas diferentes da minha, fui professor de redação pra crianças carentes, barman, fui em boca de fumo pedir pra traficante poupar amigo viciado, ensinei senhorinhas a dançar bolero, tcha tcha tcha e forró, mexi com portfolios de milhares de dólares diariamente, participei de negociações envolvendo milhões, tirei foto de sushi e do cafezinho com creme até perceber que quanto mais você sobe na vida, mais soberbo você (petri)fica.  Cheguei aos 35 com os skills (sic) mais variados, com um diploma de bacharel sem comprar monografia, e sabendo construir uma casa de pau-apique (é sério). Mas infelizmente, sou incapaz de oferecer constância ou equilibrio na hora de seguir o plano "da mão invisível" do mercado.
Puxa, logo eu? O menino que tudo teve, o menino que nada construiu porque se nega a seguir o protocolo, o menino que nunca vai encontrar paz no meio dos modelos que a sociedade (vulgo, você que lê a esse texto) têm pra me oferecer. O menino de quase quarenta que lê textos lindos sobre o setembro amarelo e se pergunta: "será que eu conto que a vontade de morrer brota desse tipo de fingimento? Será que a fé é algo tão tateável ao ponto de tirarmos selfie com a imagem de uma santa e fechar o vidro do carro pra não sermos incomodados?" Falar sobre o desejo de um mundo melhor, todo mundo fala... posta, escreve, desenha, pinta - enfia o pincel no cú.
   Passei a entender que eu sou um menino de pés sujos, suado e querendo brincar de pique-cola-americano porque faltam 20 minutos pra ir jantar, estando em um playground lotado de crianças limpas, emburradas e brincando sozinhas, cada uma com um brinquedo mais legal que o outro.
   Quem são as suas referências?! Eu olho em volta e me sinto sem chão, sem um norte visto que todo mundo tá infeliz tendo a certeza de que está fazendo tudo certo. Em Copacabana, em Portugal ou  no Canadá: parece mentira mas algumas vezes, o mundo dentro das nossas cabeças preserva aquilo que nunca de fato existiu no mundo físico. Não sei se essa é a única maneira de sobreviver: catando lixo no Canadá, lembrando do tamarindeiro, se convencendo todos os dias de que vale a pena acordar e encarar a minha dose diária de veneno, chamada "sociedade". Mas e aí? Ninguém me ensinou o caminho por onde eu vou praticar tanto conhecimento sem ser sugado, explorado, cozinhado e descartado.
Setembro amarelo, né? Tá certo. Sigam-se as eleições e que venha o Outubro Rosa.

29 de agosto de 2018

Disseonário do Vômito

Há uns 23 anos eu era um skatista cabeludo que escrevia sobre aurora, crepúsculo, amanhecer, eclipse, coisa e tal. Era algo meio a ver com reflexões envolvendo ciclos da vida, filosofias associadas ao surf e tudo mais. Tudo isso em um período em que o carioca era dominado pelo Bonde do Tigrão. Meu nome é Nemer. "Nemer" significa "tigre" em árabe e como é de se imaginar, era algo que escondia na época. Mais tarde, uns 10 anos depois veio o mala do Felipe Dylon (já ensaiamos juntos hahaha) e a Musa do Verão, que me fizeram perder completamente o interesse pelo o surf, e retirando da internet vários textos que até então havia escrito. Já em 2009 uma série de livros se tornou popular e eu (ainda na imaturidade de querer me preservar autêntico) reescrevi, retirei e adaptei vários textos que compartilhava - de novo. Ora, não dava pra resumir os meus delírios de adolescente de 15 anos a vampiros porpurina e lobisomens peito depilado. Que dirá ser associado a cultura do surf aonde as referências eram marginais "wanna be" locais do Arpoador.
   No meio desses processos, escondi as minhas letras, minhas músicas e tudo mais. Por que eu iria dividir as minhas idealizações de mundo com uma sociedade que preferia brigar pra ver se no Canecão iria ter Lulu Santos ou eventos culturais da UFRJ? Minha terapeuta diz que meu lado que gostava de artes e música foi ofuscado pela minha vontade de ser aceito socialmente e, nas palavras dela: "virou um mito e deveria ser mais explorado." Sabe como é, né? Minha cabeça é meio diferente e depois que ela falou a palavra "mito" eu não ouvi mais nada. Fiquei cego... agora mais uma palavra virou um problema na minha cabeça confusa. Crepúsculo, vampiros, lobisomens, surf, cultura pop dos anos 80... cara, quanta coisa bacana jogada, tacada como um pedaço se carniça no meio de um monte de iena gorda. Agora a palavra "mito" e devirados "mitada",  "mitou" e "mitação" fazem parte do meu dicionário do vômito. Juntamente com a calça da Gang, carnaval em Cabo Frio, sanduíche de mortadela, lavajato e tudo o quê ela representa. Enquanto vocês se matam pra ter razão e acalmar o ego tirando selfie e comentando as eleições, tem gente querendo ver e ouvir idéias, aprender sobre o sexo dos anjos e trabalhar pra conquistar as coisas, é claro. Mas com o foco em trocar de forma saudável, crescendo e construindo durante o processo. E não sugando, parasitando, separando, brigando e "mitando".
   O "Mito"... daqui a pouco passa, tipo a Eguinha Pocotó, o Bonde do Tigrão e o Planeta Xuxa. O mais triste é que acaba sofrendo o efeito "bigodinho de Hitler" - eu prefiro não usar pra não fazer apologia.

1 de julho de 2018

Seja bem vindo, tem lugar sobrando.

   Chega uma hora, geralmente quando já estamos 8h ou mais sem proferir uma só palavra, que  começamos a conversar com os próprios pensamentos. As lembranças vêm e trazem consigo cheiros, gostos, lágrimas, sorrisos..., e quando olhamos para o relógio, já se passaram mais 8h. Soa esquisito pensar que são 16h de de silêncio num dia de 24h. Nesse meio-termo, nós mergulhamos nas redes sociais e assistimos o mundo girando em uma selfie de um grupo de amigos, ou  famílias reunidas e sorrindo.

    A parte mais inquietante seria que nós aprendemos a guardar o sorriso dentro de casa, em um lugar bem seguro. Simplesmente porque quando um adulto sozinho, de mãos vazias e sem fones de ouvido mostra um sorriso enquanto aguarda o metrô cheio de gente apressada - as bocas tortas, os olhos revirando agem como anticorpos. Se caso ao acaso, o seu sorriso continuar estampado na sua cara, mesmo estando rodeado por tantos fantasmas, os meus parabéns: você ocupa um lugar de louco na sociedade.