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30 de setembro de 2010

Porque eu quero assim.

Se vc parar um minuto ou dois pra reparar que eu vou estar aqui esperando pra segurar uma das suas mãos e te mostrar, que por onde eu passo eu deixo pegadas. Riso, ternuras e lágrimas. Me largando nesse mundinho infinito que mora aqui dentro, entre a cabeça e o coração. Bem ali, onde mora aquele nozinho que da na garganta, quando me falta carinho ou quando eu me sinto sozinho sem colo de mãe.
Eu prefiro muitas vezes acreditar que a vida é uma estrada de tijolos amarelos...  e descobrir que tenho coração, inteligência e um tanto de medo. E que no fim desse caminho cheio de tanta coisa sem valor eu vou encontrar meu mundo construído.
Talvez... ...do lado da Terra do Nunca, onde as crianças esquecidas voam, brincam e não querem saber de nada que não seja brincar. Brincar de ser feliz. Talvez nas nuvens perto desse lugar eu consiga um terreno, pra na minha casa morar, e no meu mundo pra sempre estar. Quem sabe até que a solidão do meu jardim de flores azul-anil me dissesse em tom de segredo ao pé-de-ouvido, que alguém suspirou um sorriso e está vindo pra caber no meu abraço.
E quando o pranto me chegasse aos olhos, em forma de saudade simplória largada pelo pôr-do-sol de cor vermelho-rosa, eu deixaria que minhas lagrimas virassem chuva, que deixariam assim as crianças da minha terra vizinha brincando de pega-pega como anjos molhados de alegria inocente.
Nunca, nunca deixei de percorrer meus caminhos deixando sequer um tijolo amarelo de sonho faltar na minha estrada. Eu? Eu vendo o lado simples da vida em forma de um desenho colorido de jardim da infância, onde eu sei que tantos sonhos têm o nome de esperança, onde sei que nem sempre se realizam. Mas que isso me torna humano.

O céu é o chão. E o que nos leva a tocar os sentimentos é musica presente na vida - que muitos tocam e poucos escutam. Se quiser você pode vir atrás de mim, seguir minha direção. Mas com seus olhos, com seus sonhos. Sua estrada, seu refugio, sua brigada. Talvez pelo meu caminho, que vai estar logo ao lado do seu, até  dê pra se achar bonecos de chumbo andando de mãos dadas com princesas-bailarinas. Como a história não deixa. Do jeito que eu prefiro: um contos de fadas.

29 de setembro de 2010

Sonhar nos leva ao longe. E nada mais distante do que ficar parado no mesmo lugar.

Eu quero....


Eu quero meu pijama folgado de calças largas e azul-bebê depois do banho..., quero meias bem quentes e um copo de achocolatado antes de dormir. Quero caminhar com sono e de olhos entreabertos pela minha casa sendo guiado pelo barulho do meu ar condicionado, que deixou meu quarto geladinho. Quero bagunçar a roupa de cama e deitar a cabeça no meu travesseiro macio. Talvez, deixar a tv falando sozinha enquanto eu viro pro lado pra pegar no sono e começar a sonhar por baixo de um edredom quentinho.

Quero que em meus sonhos eu esteja andando por jardins parecidos com os campos de Petrópolis, onde canteiros cheios de cores compõem uma paisagem bucólica aonde nascem os amores. Por debaixo das sombras, dos lírios, das margaridas ou azaléias. E talvez, após colher uma flor e colocar entre as suas orelhas, ir em direção ao lago confundido com espelho d’água segurando um balão. Andar de pedalhinho mostrando um sorriso bobo, igual aquele que dei quando disse "você é muito lindinha". Tudo bem, pedalhinho cansa. Talvez andar de mãos dadas, vestindo casacos de moletom e calça jeans seja mais gostoso. Talvez ficar abraçado em um banco de madeira embaixo da sombra de uma castanheira seja mais aconchegante.

Quero abrir os olhos e me sentir saudoso. Abraçar o travesseiro e tentar voltar a dormir para sonhar de novo. Acordar de manhã, e antes que bebesse água e escovasse os dentes, ligaria pra você e diria que você estava no meu sonho. E que sem maldade nenhuma e com todas as peças de roupa no devido lugar, eu segurava a sua mão e te dava um abraço com o sorriso de uma criança descobrindo o amor. Eu quero que você me chame de bobo, quero levantar da cama e começar meu dia dizendo que tudo vai ser como eu quero. Como eu digo. Como eu espero.

Eu quero..., talvez não seja muito: pegar meu carro popular e colocar uma mochila ao meu lado pra subir a serra. Ouvindo musicas dos tempos de juventude, aquelas que só eu gosto e que só eu curtia. Quero que ao chegar em sua cidade, eu veja no seu olhar de espanto que ainda está linda, que seus olhos estariam brilhando, ver que seus pais estão bem e que seu irmão casou. Quero ver que na praça, a nossa árvore ainda está riscada, com nossas iniciais ao lado de tantas outras...., quero olhar pra você e ver que ainda existe uma adolescente faminta de desejo e simplicidade, usando aparelho e falando bobagens....

...bobagens que um dia me fizeram sonhar o sonho que tive outra noite. A outra noite que fui dormir lendo seu ultimo bilhete com letra de menina..., a noite em que dormi me lembrando de você: ainda escrevendo poesias de colégio em sua agenda, atrás da minha foto com cabelo despenteado, camisas folgadas e fazendo careta. Quero responder que nunca te esqueci, caso você pergunte.

Quero que depois de um mês ou ano, as nossas conversas ainda tenham paixão. Quero ver seus olhos contentes ao me ver falando de casa, filhas e pizza no domingo. Ao me ver te pedindo novamente em namoro, perguntando se comigo, você gostaria de namorar pra sempre. Pra sempre sendo meu tesouro. Pra sempre. Sempre.


26 de setembro de 2010

Deixa pra lá.
           O que se vai, se acaba. E o que fica só serve de bagagem,  com formações de ego ou, lições de vida tiradas de algo que não deu certo.  Pensamos, sentimos a perda. Seguimos em frente. Nada de novo, sozinho com aquele que já conheço. Indo em frente com meus sonhos, sustentando o peso da falta que me faz com a força da minha esperança.
           Minha esperança em mim. Em saber que eu mereço, em saber o que eu valho. E cada pedaço de descaso me prova que o amor ditado, não se prova em migalhas. Prova que o amado merece a presença e que as lembranças remetem ao carinho. E o carinho, faz um cadáver se arrastar. Um cadáver composto de dois mundos que se separam pouco a pouco, com o surgir de outros gostos, com o toque de sentimentos postos em prova.
          Uma ponta de liberdade que nasce de pouco em pouco. De choro em choro, de lagrima em lagrima, eu seco meu rosto. Guardo o velho em um cemitério belo, composto de músicas, anjos e bosques de solidão. Em meu coração, um campo aberto de guerras, luz e trevas, sonhos e desilusões. Conquistas, perdas.
          Tudo aqui. É fruto do meu impulso, do meu descaso, do meu desespero e da minha serenidade.

         É meu...
         
         ...presente pro mundo.

Que eu guardo sozinho. Pra mim.

Mudo.