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12 de fevereiro de 2016

O meu eu.

24/09/10

Ele viu o sol poente, sentiu o gosto da cerveja quente em copo barato e pediu ao baixinho do bar pro tempo passar mais rápido. Se pôs em águas de olho no rosto e escondeu o medo do novo.
Cada bar uma cerveja, cada sorriso um gosto. E de ponta em ponta o ego alimentado se via cada vez mais carente e vaidoso. Perigoso. Fugia, corria, com cada palha do fogo de energia gastada, virava uma briga armada, uma garrafa quebrada, uma galera reunida e um tanto de vontade de se sentir menino de novo.
Nesses dias, se viu sorrindo: de tempo em tempo isso acontece. O contexto muda e as fotos tiradas ficam na lembrança. Ao mesmo tempo em que a saudade do que se vai perturba o sono. Não pelo fato de ser lembrança, mas pelo fato de não mais existir.
O espaço ocupado, se vê vazio. O vazio abre espaço. Espaço para ser o que se busca, para aprender a se movimentar de outras formas. De outros jeitos. Sejam esses em lençóis, ou em mesa de bar.
Cheiro de novo. De novo, o novo. E uma nova paixão disso irá surgir, não com ganho de peso em corpo e desgaste, não com abraços de amor e noites tranquilas. Indo pra frente, pensando no hoje para chegar-se bem ao amanhã. Sem esforços, sem força.
Deixar-se livre. O egoísmo vem antes da morte, e se acaso eu encontrá-la porta a porta, lado a lado em cama, escondida na vida boêmia, eu confesso: já terei meu novo amor.