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21 de novembro de 2018

Arroto e Elis

'Caía a tarde feito um viaduto,
Azar a esperança equilibrista', calma.
Não pula estrofe,
Verso por verso
Escrevo, rezo.
Violão e TOC
Nada de toque,
Não me toque.
Não pense em respirar, deixa sair.
Pega fôlego, o mar ta grande.
Pega andando, mas pega esse bonde.
Não da pra acompanhar,
Não pode seguir.
Perguntar aonde foi,
Explicar o tamanho.
Homem que é homem não prova
Não toca, se entoca
E uma vez na toca,
Chora.
Curando, o bordão vira jargão
E o jargão uma piada,
Uma piada de mal gosto.
Cansado,
Calado.
Era uma vez, mais uma vez
Um poeta falido
Aguardando a sua vez
De consertar o coração partido
De redescobrir caminhos
Sempre apontando
As ruínas da terra prometida.
O sonho americano
E um punhal afiado com carinho me perfura
Meu bucho, meu coração
Bruto.
Brutus, até tu.
Desde o primeiro dia esperei,
Não me assusto
E ainda disposto, me deito.
Vai dar jeito,
As linhas tortas das tantas areias
'Por onde andei vestido de cetim'
Queria eu, 'por onde for, ser seu par'.
Despido, fugiu da encruzilhada
O anjo caído
Já não queria acordos e almas
Ou mesmo, consolo.
Seus olhos e pele gritavam por amor.
Por paz.
E o som que se ouvia distante,
Era um arroto.
Via-se pela via, ainda morno, em trilha.
O sorriso blasé
O sangramento escondia.