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15 de fevereiro de 2024

Gipsy

 Geralmente mulheres livres são condenadas a incompreensão dos olhos do mundo. Não sei se são as luzes de neon em uma noite urbana, o verde e o cheiro de lavanda em qualquer dia ensolarado de outono... não sei dizer se são as referências de tudo aquilo que lhes toca o peito e o coração, não consigo explicar a inquietação que a pele vai aos poucos expulsando pelos poros, atravessando os pelos finos refletindo a meia luz incandescente. Movidas pelo todo do corpo que se mexe em lençóis com cheiro de Giovanna Baby na pele suada em uma noite quente de verão, seguem escutando a cabeça reclamando dos sonhos que precisariam de 2 ou 3 vidas para serem tocados. Elas respiram, viajam pra dentro de sí e respiram mais e mais fundo, seguindo as emoções mais instensas, se perguntam quando foi a última vez em que se sentiram vivas, mesmo que a vida lhes esteja latente em cada gesto ou trejeitos. É nessa hora em que o pensamento acelera e ainda sim, o corpo vívido, suado e vestido com blusas folgadas e qualquer calcinha de 2 anos atrás -  descansa. As incertezas assustam enquanto seguem transpirando poesia, abrindo caminhos, sorrisos, não se impressionando com facilidade e bebendo em uma caneca de independência sem açúcar, as lágrimas de todo e qualquer homem que prove de suas essências. Os mais livres dos espiritos te enchem o peito de paixão pela vida em sua natureza, abusam do seu sexo e da sua carne, bagunçam a sua vida, os seus sentidos, te dão um tapa na cara, um abraço apertado, um beijo no rosto, um sorriso sincero e por fim, somem nas entrelinhas da vida e dalí pra frente, deixam um gosto de saudade nos pensamentos de quem por fim aprende a olhar pra vida e entender do quê ela é feita.