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7 de julho de 2023

Sede


Pele macia
Língua molhada.
Lençóis sujos de prazer.
Noite de medo,
Aceitações e mudanças.
Perdidos em esperanças
De não ser esquecido,
como um distante velho amigo.
Que pelas ruas perdido
Descobriu o corpo-querer,
pois na solidão foi se satisfazer.
Sexo suado.
Prazer em dois 
Cabelos, nuca e chão.
Horas depois
Um pedido de perdão.
 Perdão pra si mesmo
Por viver bem sem par.
Seu temor é que seja
Um simples desistir de amar.
Tanto faz, não custa tentar.
Já lhe levaram o chão
Só lhe resta esquecer
Da culpa que carrega
Por ainda querer o quê não se pode ter.
Deixar livre e deixar o agora,
Ser tudo aquilo que pode ser.
Pecado bruto em corpo suado.
Em braços cruzados,
pernas enroscadas.
Gotas de sorriso em olhos
Com bocas de libido salgadas.
É só o corpo pedindo.
É o imaginar agindo.
É matar a ânsia presente em pesares
Com a falta de outro verso punindo.
Punição cruel
Pois não manda nos sonhos
Quando acaba dormindo.
Quando o "bom sentir" vai embora.
Lhe carregando o desejo
Trazendo o elemento cruel
Chamado de "tempo agora".
Tempo de viver sozinho.
Chora.
Chora.
Mais nada porém.
Chora.