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13 de outubro de 2010

Um jeito, uma descoberta.

Um dia branco, se branco ele for.
   O sol nasceu e a  lua de algum jeito ainda continuava no céu. As cores do dia pouco a pouco se faziam vivas e meu pedaço de chão começou a se estender como em um tapete de água salgada, em final de onda quebrada me tocando o fio da canela. Assim, reparei o azul anil como em tempos, eu não via.
   Havia esquecido de reviver o que é preciso, o prazer de abraçar o desconhecido e pelas areias a fora, colecionar sorrisos. Sorrisos em rosto e de beleza sem nome, que talvez com meia hora de conversa resultassem em mais um telefone esquecido em agenda. Pele salgada de mar, um sol amarelo brilhante, vivo em calor. Descanso em banhos de silêncio e companhia de boas músicas coreografando leitura, onde tudo se parecia com um filme que acabara de começar juntamente com o nascer do sol, depois de uma noite quase-bem-dormida.
   Ansiedade, vontade, paixão pela vida. Tudo que se faz presente é enriquecido por tudo que escolhemos viver. E escolhendo um pedaço de vida que me fiz por merecer, sozinho digo que reaprendi a gostar de viver, pois sei que dentro de tudo que há de desgostoso em cada passo dado, existe algo que me faz rumar direção de um homem construído em cima de superações.
   Paixões, talvez confesse. Em diferentes proporções, em diferentes lugares, em diferentes caminhos e olhares sugo tudo o quê pode ser retirado do mundo, sentindo e transformando em um presente para os que me cercam. Seja podre ou seja lindo, o que vêm de fora é sentido e volta de maneira intensa. Mas tudo aquilo que vem de dentro de alguma forma simples, apenas por ser, me faz perceber que o homem lindo que muitos me julgam ser, se construiu em cima de uma essência entranhada. Enquanto o podre, veio em pedaços de estímulos transformados em vaidade, que me faz gritar para saciar o meu lado mais humano e egoísta de não querer ser contrariado.
   Vontades surgidas, sementes de sonho em terra fértil, sol amarelo brilhando em céu azul anil, como dissera. Eu comigo mesmo, embalando uma ponta de sanidade antes de confessar não saber de onde surgiu tanta paz. E que o mundo se acabe em tragédia, porque eu prefiro uma cadeira de praia, meus óculos escuros e minhas conversas com meu pensar diante das ondas, que rimam com “amar”. Pois aprendi outra noite, que ondas podem ser chamadas de respiração do mar.
   Mar onde me deito, me calo em boca e grito em paixão. Fez de mim um homem, não por sentir os anos, mas por sentir o próprio coração.