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31 de julho de 2011

Barco sem rumo, sem vela. Cavalo sem cela.

   Dias se passaram e um sopro de vento mudou o rumo de uma canoa sem remos. E quem via de longe o marinheiro sem rumo, hoje vê um ponto ficando cada vez menor na linha do horizonte. Talvez uma direção que vai de encontro a algum lugar mais bonito. E quem por ali passou, fez vista grossa à feiçao de medo, fingindo não ouvir os gritos de pedido por um remo, por uma direção. 
   O vento, por sua vez, escutou a lágrima em tom de prece, e o curso natural da vida assim fez-se de leme em suas velas, soprando rumo ao novo, ao desconhecido: "Quem sabe lá para onde esse vento está me levando, alguem me ouça cantando em um mundo de carinho a compartilhar." - pensou molhando os pés  na maré mansa. E assim com o sol poente naquela tarde de domingo, o marinheiro, agora menos menino, se condecorou com orgulho, capitão. Naquela noite sabia que logo, logo, finalmente dormiria mais tranquilo. Longe dos ouvidos surdos e dos olhos que apenas viam seu rosto robusto e grosseiro, esquencendo que talvez ele tivesse um coração precisando de um abraço e não, de julgamento.