Hoje eu vi uma criança vindo ao mundo e sem perceber, me vi de frente
pra uma cena um tanto quanto única em todas as suas formas.
Um gesto de carinho e um outro de ternura - tanta coisa sendo dita, tantos pensamentos se misturando e de um jeito meio involuntário o peito nos enche de coisas boas, quase sem nome. Um silêncio ansioso e sorridente de um menino-grande. Lembranças adormecidas, vindas do cheiro da cama dos meus pais nas noites de domingo, assistindo algum programa de TV enquanto o sono não vinha. Lembranças mornas da alegria no cheiro da pizza em um sábado a noite em família. O sorriso nos brota quase que como se estivéssemos de frente para um presente, representando sonhos e fantasias - um tanto de amor embutido em mistério. Uma a uma as memórias nos acariciam a cabeça e quando menos percebemos, as lágrimas já nos salgaram a boca.
Um turbilhão de emoções dando vazão à questionamentos quase-poéticos, que gritam no íntimo de cada um que deseja saber se seria o próximo ou, simplesmente pensando quando seria a minha vez. De repente parece que todos os medos se tornam pequenos diante de algo tão grande: quando minha coragem e dedicação seriam postas à prova? Quando a razão passaria a ser secundária em um novo mundo de amor sem condição, sem freio? E mesmo que erroneamente nem sempre nos sintamos amados ou desejados, que isso seja usado como a maior razão para nunca deixar um filho se sentir sozinho ou abandonado.
Uma diferença gritante entre as gerações passadas e de hoje, não está presente nas tecnologias ou na velocidade das informações. A diferença que cria um abismo entre dois mundos que se perderam dos bons valores, está nos filhos que não devem ser acidentes e se ao acaso forem, que assim sejam desejados antes mesmo de serem amados. O mundo se torna um lugar mais rico em esperança quando de alguma forma, os sonhos são resgatados em abraços. Quando assim, as alegrias são depositadas em um cuidado sem tamanho, ao invés de se carregar um fardo e por ele, criar-se um amor de cria.
Filhos não vêm com livro de regras, muito menos o cargo de pai e de mãe. Mas talvez..., só talvez, seja essa uma das mais bonitas estrofes que compõe em parte a poesia presente em cada troca de afagos.
E por mais que o meu corpo e coração gritem ansiando pela alegria de um herdeiro, eu continuo trabalhando a minha fome por crescimento, a minha capacidade de entrega em devoção pra ser ao menos a metade (só metade) do homem que quero ser quando me tornar pai.
Hoje eu vi uma criança nascer, foi lindo.
Não procure nexo, constância, equilíbrio ou ciência neste espaço. Mesmo.
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27 de dezembro de 2013
4 de junho de 2013
A máscara de 3 décadas.
- E o que isso tem a ver com ela?
- Bom, eu não virei ouro, mas depois que ela me tocou, eu virei homem.
31 de março de 2013
"Houve Um Caso Estranho Há Muito Tempo Atrás..."
"Houve um caso estranho há muito tempo atrás, que até hoje se escuta falar" - Celso Blues Boy, Sobre Robert Johnson.
-Meu caminho é sem rumo, e até minha alegria é sofrida e a vontade de abraçar o mundo não aquieta com as mais ricas rimas. - encarou o jovem ao olhar de frente o bem vestido senhor, protegido da chuva por um chapéu panamá envolto por uma fita vermelha.
Talvez se perder. Ganhar as estradas, compor sentimentos em notas subindo por um céu de nuvens cinzas, semi-refletidas nas gotas de água escorrendo sobre uma pele escura quase opaca que cobria o corpo de alguém que havia deixado de lado o mundo, correndo solto pela imensidão dos campos, na beira das estradas.
Sonhos inquietos embalados por Sol, Mi, La, Fá, Si, Re. Pestanas. Solos. Gritos, rimas, desabafos. Repetidamente em diferentes tons, ritmos.
Sonhos inquietos embalados por Sol, Mi, La, Fá, Si, Re. Pestanas. Solos. Gritos, rimas, desabafos. Repetidamente em diferentes tons, ritmos.
Uma cerejeira sem folhas, sustentada em caule seco de raízes grossas. Enfeitava perdida, uma das encruzilhadas aos entornos do Velho Mississípi, que ali desde sempre esteve embalando trovões, orquestrando o seu delta, com a fúria de suas corredeiras sem fim.
Aos poucos sumiam as pegadas de um homem que seguindo trilhos sem trem, desejava tocar o blues como nunca antes tocou. A chuva fina aos poucos molhava o brim desbotado e poido, enchia de lama os sapatos de solas gastas, arrepiava de frio uma pele ressecada, mas porém não fazia seus dedos sequer escorregarem em falso durante as trocas de nota. Nas gírias de 1929, na simplicidade de quem gostaria de ganhar o mundo com sua música. Uma alma velha-alma de apenas 27.
O vento soprou forte. A chuva engrossou e quase que como em uma competição aquele som não calava, aquela agonia caipira em notas de banjo não cessava. Até que um raio caiu.
No pós susto e repentinamente, avistou um homem trajando terno branco. A sua gravata borboleta avermelhada mostrava um nó impecável e se apoiava em uma bengala de topo esculpido em um globo dourado. Exprimia um olhar raivoso de frieza sem tamanho, que sorridente perguntou:
- Cheiro de alma virgem, porque sua música tanto grita?

-Alma virgem, de roupas sem sangue. Quais são os teus desejos, quais são as tuas ambições?
-E quais riquezas poderia comprar sem dignidade em papel ou ouro nos bolsos, de nada valendo a cor da minha pele e de nada valendo meu trabalho sem choro? Deixa-me aqui com o banjo em punhos e segue teu rumo!
-Alma virgem, de roupas sem sangue. Quero as tuas notas, da-me teu preço.
-Nem os contornos da mais bela meretriz, nem o gosto do mais puro malte, nem o amargo do mais saboroso tabaco. Deixa-me aqui com meu banjo e como antes disse: segue teu rumo!
-Meu rumo vem do "para sempre", do "sem tempo", do "sem rumo", da foz da cobiça, da origem da vaidade. Toca tuas notas pra mim e tinge a tua alma de vermelho.
-E porque faria isso, velho rico, mestiço e sem brilho?
-Desse jeito a tua música alcança a este e a um outro mundo. Fala-me teu nome, toca-me uma canção e ganhas tudo.
O jovem ficou mudo, sorriu debochado. Encarou de pé o Velho que balançava seu rabo. Empunhou seu banjo e lhe gritou: "Meu nome é Robert Johnson. E a isto chamam blues."
Naquele momento a chuva parou e um homem de alma tingida em sangue nascia para o mundo.
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18 de março de 2013
A Fé do povo mimado.
Há algum tempo fui surpreendido por um desabafo de um amigo residente:
"Se alguém sobrevive à um acidente ou doença, é graças a Deus. Se alguém morre, é erro médico."
Fé é anti-lógica e acredito que é isso que os enfermos esperam: qualquer coisa que cure, qualquer coisa que faça aquilo passar. E nas situações de risco, o indivíduo espera que esse momento seja superado com o mesmo desespero.

Tenho certeza que se as pessoas (mimadas procurando solução fácil em um Deus) usassem mais desses artifícios, dependeriam menos da fé. E seriam um tanto mais dignas de si mesmas.
Eu ja perdi parentes, pai e amigos. Passei por inúmeras situações de perigo, tendo eu mesmo me colocado em muitas delas.Na verdade, acho muita covardia pedir algo que não seja calma e sagacidade pra algum Deus nessas horas.
Milagres hoje em dia são baseados em porcentagem, em chances.
Há quem acredite que milagres são baseados em correntes, simpatias, rituais,dinheiro doado, roubado ou acumulado - o quê é pregado por algumas igrejas e entidades em maioria.
Só pra deixar claro, eu realmente acho que é muito bonito rezar por um milagre.
Apenas acho muito mais bonito e digno quem vive da consequência de seus próprios atos.
23 de janeiro de 2012
O velho ( de quase 30) em paz.
Eu não sei exatamente como dizer, mas de algum jeito eu acabei por me encontrar em encruzilhadas e esbarrões escritos de várias formas, de várias maneiras. Talvez seja difícil expressar através de palavras, mas com um tempo a vida me ensinou que muito da magia, da força quase mágica presente em um corpo jovem, acaba por construir uma muralha de lembranças. Quadros distribuídos em ordem aleatória e pintados com tinta de sorrisos, lágrimas, abraços apertados e ao mesmo tempo borrado por cicatrizes que deixam o pensamento rígido e as atitudes mais objetivas. Sim, o tempo passa.
Talvez eu esteja velho demais para ainda querer matar o meu tempo ocioso (e não livre) em botecos sem papo e noites que não acabam, que se postergam de quinta a domingo, quando não de domingo a domingo. Talvez eu esteja velho pra buscar em cada rosto um gosto diferente e um significado novo pra libido. Talvez ainda, esteja velho pra ficar indeciso ou ficar inquieto na hora de dormir ao perder o sono, compor uma musica.
Besteira. Velho é a tua avó ou o teu pai. E se não servir é a tua mãe ou a tua tia. Toda idade tem prazer e medo..., toda idade tem sua parcela de incertezas e a sua cota de insegurança, energia e vontade de abraçar o mundo. Talvez o que me torne velho seja a maneira que eu escolhi para lidar com isso tudo.
Talvez eu esteja velho demais para ainda querer matar o meu tempo ocioso (e não livre) em botecos sem papo e noites que não acabam, que se postergam de quinta a domingo, quando não de domingo a domingo. Talvez eu esteja velho pra buscar em cada rosto um gosto diferente e um significado novo pra libido. Talvez ainda, esteja velho pra ficar indeciso ou ficar inquieto na hora de dormir ao perder o sono, compor uma musica.
Besteira. Velho é a tua avó ou o teu pai. E se não servir é a tua mãe ou a tua tia. Toda idade tem prazer e medo..., toda idade tem sua parcela de incertezas e a sua cota de insegurança, energia e vontade de abraçar o mundo. Talvez o que me torne velho seja a maneira que eu escolhi para lidar com isso tudo.
Além de marcas na pele que simbolizam triunfos de encontros com a dor, também fica a cicatriz de um rosto marcado por testa franzida. O tempo. O terror de toda criança que não quer crescer, de todo adulto que não deseja deixar o conforto do útero que um círculo social regado de álcool barato e entorpecentes, proporciona. Esse tempo, essa medida que me curou de sofrimentos, perdas, me impôs as melhores lembranças e me faz chegar a quase trinta primaveras vividas sem muitos arrependimentos.
Eu como qualquer ser vivo, poderia me perder em um mundo de possibilidades, poderia continuar a escrever histórias dramatizadas em contos apaixonados e músicas jurando amor eterno. Não sei por onde, não sei de que jeito e jamais saberia explicar o porquê de tantas coisas acabarem perdendo o brilho. Mas de certo afirmo que algumas horas sou vencido pela preguiça de viver os dramas. A praticidade torna a vida mais leve e tudo o que é desgastante tende a ficar mais distante.
Não me referindo à praticidade de ter que ter dinheiro para construir sonhos, eu me refiro à praticidade de buscar evitar as aporrinhações. Fazendo da bagunça um emaranhado de pensamentos e não um amontoado de deveres e responsabilidades. Desse jeito menos menino, sem discurso encantando contra o mundo, escrito em cada verso e pegada nas areias da noite carioca , vou me despedindo do THC e da busca por tabaco para matar a ansiedade. Eu escolhi o desapego. Ser feliz sozinho, mesmo querendo dividir o mundo de um, por dois.
Dois. Um par pode não ser um número muito extenso, mesmo assim as centenas que em número são grandes, jamais serão tão fortes como dois. Depois de quase três décadas eu fui descobrir que é preciso cuidar e deixar ser cuidado, e mesmo que em tempos diferentes, é dividindo que se multiplica.
Bem, pensando nessa razão, nesse sentido encontrado em um, eu decidi dividir os meus sonhos, as minhas vontades e os meus quereres. Dividi por dois e não em dois.
Não é desespero, não é carência, não é apego. Eu chamaria de amor sereno, de necessidade de cheiro, de presença de espírito e de cumplicidade enamorada. Os planos começam a ser traçados, eu troquei o foco embaçado. Troquei antigos jogos de sedução e salivas sem dono ou nome, por sorrisos de um anjo caído, esbanjando libido e me abraçando apertado antes mesmo de dizer bom dia. Eu lancei ao chão cada taça de entrega aos amores de vidro, escolhendo por ser um pouco mais solitário para não me sentir sozinho em uma multidão de falsos abraços.
Me encontrei comigo, não prometi o mundo a ninguém. Fiz do meu eu o meu melhor amigo, pra só assim conseguir abraçar o alvo dos meus sonhos, a essência dos meus sentidos, a mulher que me ensinou a ser homem crescido sem deixar de ser menino.
E que venham mais trinta, quarenta, que sejam cem. Mas que sejam todos esses, anos de amor em convívio. Amor obrigado a ser livre, ganhos da soma de dois, tornando sonhos maiores e os laços mais apertados. E o meu recado: deixem o velho em paz porque esse não se acha velho e tá pouco ligando pro que a opinião dos donos da verdade diz.
23 de agosto de 2011
O PSEUDO-roqueiro.

Indiscutivelmente, podemos dizer que os tipos de som que nos atraem são os eleitos para habitar os nossos players portáteis e nossos HDs. Sendo assim, nós ouvimos dia após dia nossas músicas preferidas admirando o estilo, as roupas e todo o resto de nossos eleitos. Em algum momento, até carregamos as ideologias que em suas letras estão presentes.
Talvez ainda, essas idéias que nos são passadas de música em música, de distorção em distorção, escalas e afinações nos deixem um tanto mais a vontade para interagir e socializar com pessoas que nos entendem. Pessoas que de alguma forma sabem o que significa ser parecido em algum ponto com aquilo tudo que uma banda pode significar. E quando algo bom sai disso, nos damos conta de que o lugar está bom, a música está boa e as pessoas estão no lugar certo.

Esse é o ponto: gente estranha. Não julgo pela aparência, pelo cabelo grande (que hoje não tenho porque infelizmente o trabalho exige cortado), pelas roupas escuras, calças rasgadas. Julgo pela falta de conhecimento. Pela falta de sensibilidade e até pela “forçação”. Gente que finge “curtir” o som que eu e muitos admiramos. Gente que decora nomes de banda e seus respectivos álbuns e não sabe sequer o que a música que ele toca com sua banda cover realmente diz. Gente limitada.
Não sei o quão é justo julgar pela falta de opinião. Porém acredito que muitos hoje fogem do que é chamado movimento POP sem se dar conta que Black Sabbath, Nirvana e mais alguns estão mais populares e banalizados que muitos Mcs fajutos. Uma música se torna POP quando ela é “da galera”, quando está no topo das paradas e não quando possui uma boa distorção e um baterista grosseiro.

Um rótulo faz um pseudo-roqueiro ou mesmo um pseudo-cult. Então fica a dica: quando você disser que uma banda é legal, que uma música é irada, tenha certeza de não estar ouvindo alguém cantando “estupre-me, estupre-me, meu amigo”. Fica ridículo e desonesto com seu próprio ser e geralmente isso é consertado com anos de terapia. Algumas horas um simples “nossa que som maneiro, que banda é essa?” vai te deixar mais próximo de uma tribo “descolada”, ao invés de você fingir ser o cara que curte o som que geral se amarra.
Nos dias de hoje é claro, observando esse estilo de comportamento e postura ao meio de tanto lutador e “playboy retardado”,é até engraçado pensar que em boa parte desse movimento os seres mais afeminados e “bem vestidos” nos anos 80, conseguiam mais atenção, fama e as mulheres mais gatas. Desse jeito fica fácil afirmar que a moda e o descolado mudam de figura e de década pra década, de ano pra ano.

O quê acho importante deixar claro e explicado é que as gerações se divergem em diversos aspectos e níveis de entendimento. Sendo assim, quase que como em um tom religioso uma discussão pode ser iniciada: “o estilo que eu curto é melhor que o seu”, “eu sou bem vestido, você é brega”, “meu Deus é melhor que o seu”. E quando menos se espera, Bang! Matamos o romantismo presente na música, que é a liberdade de expressão em notas, e começamos uma guerra de tribos.
Eu como observador posso até estar enganado, quando digo que esse tipo de desarmonia não se resume a playboys e roqueiros como também se estende às guerras entre tribos de grunges e metaleiros, satanistas e punks e até mesmo entre evangélicos e pagodeiros.
Rótulos. Sim, são abomináveis não somente quando inibem o gosto de cada um, como também julgam o que no entendimento único de cada indivíduo se resume a uma escolha por afinidade e gosto.
E pra terminar meu recado deste dia de rock sem rótulos é: Viva o glan! Salve, salve a Jovem Guarda! Élvis não morreu! Cazuza está vivo e a bossa-nova é o Jazz brasileiro!
14 de agosto de 2011
Ao Grabrica.
Eu não tenho dúvidas de que esse olhar é construído em cima de uma via de estrelas em mão dupla. Talvez, daqui ha um tempo você se pergunte porque algumas fases da vida passam tão depressa. Parece injusto esse lance da dependência ter que acabar. Mas cara, eu ja tive um pai vivo. Sei como é. A entrega e o abraço parecem que não são suficientes nunca. E cada gesto de carinho e ternura ficam registrando um caleidoscópio de memórias sem tamanho. E enquanto as suas princesas vão crescendo, eu vou vendo com orgulho um cara que eu vi ainda sem cabelos debaixo do braço e feliz por ter dado o primeiro beijo, sendo o pai que ele sempre sonhou em ter por perto.
Cara, eu amo você. Amo tudo o quê você representa e tudo o que a nossa amizade tem sido ao longo desses anos todos. Eu não sei qual vai ser o desfecho disso tudo e nem sei ainda, se há de ter um fim essa nossa história. Penso em tudo o quê meus filhos um dia vão poder aprender com as suas crias, os seus tesouros.
Gabriel..., hoje eu senti uma falta sem tamanho de um cara que pra mim foi o meu herói, o meu espelho. E só de ver você sendo esse vencedor que se tornou, abraçando e cuidando das suas filhas, sendo tudo o que meu pai é pra mim, eu fico com um sentimento de conforto enorme. Um sentimento que se confunde entre a melancolia das lembranças misturadas com o que sei do nosso passado. Do que foi crescer do jeito diferente e unido que crescemos. Lembro do quanto você e meu corôa brigavam e riam um do outro quando rolava um Flamengo e Vasco. Lembro de você me zoando quando te enchia o saco, falando igual ao meu pai quando era aporrinhado. Lembro das vezes que seu avô passava pela portaria do prédio aonde a gente aprendeu tanta coisa, buscando você pra subir e tomar banho ou mesmo, te dando 5 pratas pra torrar com fandangos e refrigerante. Maracanã, Clube, Mc Donald's, Méier...
A gente colecionou Comandos em Ação, a gente gostava das mesmas meninas e a gente sem ter motivo, acabou escolhendo carregar essa coisa sem tamanho que eu chamo de fraternalidade. Fazer aniversário no mesmo dia e nascer na mesma hora, só podia ser mero acaso.
Pouquíssimas pessoas, muito poucas mesmo, viram meu pai me defendendo na rua quando eu apanhava de um fanfarrão mais velho. Pouquíssimas pessoas, conviveram com ele dentro da minha casa e viram o tanto que ele foi meu demônio e o meu Deus, meu anjo, a minha esperança. Eu me lembro daquele sorriso todos os dias. Do jeito que ele te chamava de Grabrica e das vezes em que ele chegava da padaria com um pão a mais.
Foi-se o tempo cara. Passou. E quem vive no passado são os anjos que nos tem amor em vida, carregando esse sentimento nobre de proteção. Mesmo estando eles, em algum lugar mais bonito, melhor. Meu pai cara..., meu pai e seu avô tomando um scotch 12 anos, na beira da praia olhando pela gente e dizendo: "lembra daqueles dois com aquelas pranchas pra la e pra ca??". Nós dois, que estamos com bem mais de 5 ou 6 anos, construindo hoje um caminho cheio de carinho pra um dia, os nossos filhos fazerem o mesmo. E o que mais da pra fazer? Bem, a gente guarda a saudade nos olhos e no peito vazio, sendo preenchido por boas e eternas lembranças.
Feliz dia dos pais. Sei lá..., você é pai todo dia. Mas acho que por conta da mídia, eu quis dizer isso hoje.
Beijo no coração.
Valeu...
Cara, eu amo você. Amo tudo o quê você representa e tudo o que a nossa amizade tem sido ao longo desses anos todos. Eu não sei qual vai ser o desfecho disso tudo e nem sei ainda, se há de ter um fim essa nossa história. Penso em tudo o quê meus filhos um dia vão poder aprender com as suas crias, os seus tesouros.

A gente colecionou Comandos em Ação, a gente gostava das mesmas meninas e a gente sem ter motivo, acabou escolhendo carregar essa coisa sem tamanho que eu chamo de fraternalidade. Fazer aniversário no mesmo dia e nascer na mesma hora, só podia ser mero acaso.
Pouquíssimas pessoas, muito poucas mesmo, viram meu pai me defendendo na rua quando eu apanhava de um fanfarrão mais velho. Pouquíssimas pessoas, conviveram com ele dentro da minha casa e viram o tanto que ele foi meu demônio e o meu Deus, meu anjo, a minha esperança. Eu me lembro daquele sorriso todos os dias. Do jeito que ele te chamava de Grabrica e das vezes em que ele chegava da padaria com um pão a mais.
Foi-se o tempo cara. Passou. E quem vive no passado são os anjos que nos tem amor em vida, carregando esse sentimento nobre de proteção. Mesmo estando eles, em algum lugar mais bonito, melhor. Meu pai cara..., meu pai e seu avô tomando um scotch 12 anos, na beira da praia olhando pela gente e dizendo: "lembra daqueles dois com aquelas pranchas pra la e pra ca??". Nós dois, que estamos com bem mais de 5 ou 6 anos, construindo hoje um caminho cheio de carinho pra um dia, os nossos filhos fazerem o mesmo. E o que mais da pra fazer? Bem, a gente guarda a saudade nos olhos e no peito vazio, sendo preenchido por boas e eternas lembranças.
Feliz dia dos pais. Sei lá..., você é pai todo dia. Mas acho que por conta da mídia, eu quis dizer isso hoje.
Beijo no coração.
Valeu...
12 de agosto de 2011
No ano em que eu ainda sou "jovem".
Estranho como o significado de lazer da galera que ta substituindo nós que temos quase trinta, mudou de uns tempos pra ca. Agora são só lugares lotados com gente preocupada em se entorpecer de qualquer jeito. Só se divide entre pessoas que querem gastar mais ou menos, brigar ou não brigar, se drogar ou beber. Todo mundo parece inseguro, afobado e meio forçado. Não me refiro nem à época dourada em que a juventude vivia aquele lance mais "Cazuza", mas mesmo pra nós que estamos passando a tocha adiante, conseguir ver que há um tempo o cenário era outro, fica fácil: o "Empório" não era SÓ um antro de droga, puta e desocupado, a gente curtia rodas memoráveis no "Caxanga" e no "Beco da bohemia"! Cara... me lembro deu dançar fazendo passe de "funk melody" ao som do "Steve B", dançando por dançar - claro que pegação é legal mas não é tudo.
Pegar onda..., surfar! E não tirar onda e brigar. O baseado nesses tempos era pra brindar a juventude..., hj ja é movimento político cheio de bagagem envolvendo arma, gente ruim.
Mas que seja, bola pra frente e pra essa galera que ta chegando eu só deixo a minha saudade. Só porque ser adulto hoje em dia, mesmo pra mim que sou um eterno moleque, tem sido mais legal.
Pegar onda..., surfar! E não tirar onda e brigar. O baseado nesses tempos era pra brindar a juventude..., hj ja é movimento político cheio de bagagem envolvendo arma, gente ruim.
Mas que seja, bola pra frente e pra essa galera que ta chegando eu só deixo a minha saudade. Só porque ser adulto hoje em dia, mesmo pra mim que sou um eterno moleque, tem sido mais legal.
10 de agosto de 2011
Eu prefiro somar as alegrias. Porque ninguém precisa me completar.
Há tanto tempo havia sentido, que até então, há pouco tempo me vi sorrindo. De novo e não sei por quanto tempo, mas hoje me vejo feliz. Mãos se tocando, dedos entrelaçados e passos distribuídos em um tapete de conchas abandonadas pelo mar. Passo a passo na direção de uma ponta de praia. Uma ponta de sonhos que ali eram plantados despretensiosamente, assim como faziam de maneira sutil, as ondas que beijavam os pés de um par composto de dois corpos, de dois corações.
Subi o olhar ao mapa do Brasil em forma de nuvem no azul de Angra e, pensando em ganhar o mundo, deixei o emaranhado de idéias ir até o infinito pra buscar o que em outros tempos menos coloridos, eram até ali resumidos à capacidade duvidosa de não mais amar.
Outrora, minhas neuras, meu pensar. Noites em que escrevi a raiva com sangue em cicatrizes, distribuindo o meu medo em murros de rebeldia e desgosto em cada beco escuro por onde passei, por onde escolhi me perder. Pelos buracos em que não caí, e que sim, me joguei. Em parcelas morri: cuspi no chão e no chão sujo me deitei. Meu gosto era o do desgosto, e minha missão era esquecer. E foi assim que quase esqueci que sou feito de emoção, que música é o chão.

A vida havia parado de se arrastar e meu sorriso se fez independente, contente. Pronto para de novo acreditar nos bons frutos que se pode colher, ao se cultivar o “amar”. E assim, depois de re-aprender a rezar, me veio enviado dos céus um anjo caído: de cinta-liga e chicote em punhos. Olhando no fundo dos meus sonhos de amor puro, safado, puto e risonho. Jogando em meu abraço um presente de valor sem tamanho: o coração da mulher que faz as minhas cores serem mais vivas, fazendo o mundo ser escrito em realidades que não se acabam em feridas. Em amor selado com afago, tato, carinho e saliva. Quase um demônio apaixonado... e sim: meu lado humano grita pro horizonte ansioso pelo lado bruto e selvagem das paixões.
Dos amores ideais, eu fico com aquele que faz a realidade estar abaixo do meu caminhar, compondo um mundo de sonhos em brisa e maresia. Eu cuido do que é meu porque estou completo, e ela..., bem, ela apenas soma com alegria na minha vida.
31 de julho de 2011
Barco sem rumo, sem vela. Cavalo sem cela.
Dias se passaram e um sopro de vento mudou o rumo de uma canoa sem remos. E quem via de longe o marinheiro sem rumo, hoje vê um ponto ficando cada vez menor na linha do horizonte. Talvez uma direção que vai de encontro a algum lugar mais bonito. E quem por ali passou, fez vista grossa à feiçao de medo, fingindo não ouvir os gritos de pedido por um remo, por uma direção.
O vento, por sua vez, escutou a lágrima em tom de prece, e o curso natural da vida assim fez-se de leme em suas velas, soprando rumo ao novo, ao desconhecido: "Quem sabe lá para onde esse vento está me levando, alguem me ouça cantando em um mundo de carinho a compartilhar." - pensou molhando os pés na maré mansa. E assim com o sol poente naquela tarde de domingo, o marinheiro, agora menos menino, se condecorou com orgulho, capitão. Naquela noite sabia que logo, logo, finalmente dormiria mais tranquilo. Longe dos ouvidos surdos e dos olhos que apenas viam seu rosto robusto e grosseiro, esquencendo que talvez ele tivesse um coração precisando de um abraço e não, de julgamento.
19 de julho de 2011
Força da infância.
Ventos em tons de azul
Paixão escrita em chuva,
Tempo meu.
Presença de peso em força
Fez seu sono ser tranqüilo
Despertando em um afago
O sonhar do anjo ali dormindo.
Por calçadas de mãos dadas
Olhou pra baixo com prazer
Ensinando a cor das ruas
Olhar de frente
Paixão nua, crua
Contente.
Deita no mundo
Se jogando em aprender
Ganha um chiclete
Pois sorriu por merecer.
Força da infância
Lembra com orgulho,
E hoje encara pelas ruas
Olhares brutos, sujos.
E quando passa pela cena
De outra cria e seu adulto
Cumplicidade assiste em tato
Abraça o infinito,
Espera a sua vez,
Mudo.
14 de julho de 2011
20 e quase nove anos e a prova da minha esperança.
Vários lugares diferentes. Já lidei com diversos tipos de pessoas com temperamentos, índoles e valores. Já vesti boa parte dos esteriótipos que expressam revolta, idéias de questionamentos existencialistas. Lí livros, sou uma "puta" pra tudo o quê a música pode e não pode oferecer, presenciei violência gratuita, assisti muita televisão e ja fui parar em cada fim de mundo e em cada situação que dariam ótimos roteiros do Tarantino ou Kubrick. Viaje,i hora usando maconha e hora estudando a história das mais diversas culturas da humanidade e de outros povos. Descobri lições de bondade justiça em religiões, pisando em muitas e abraçando outras. Fiz teatro, passeei por bocas de fumo, favelas, baixadas, bairros nobres e condomínios de luxo. Conquistei um bacharel e tenho inglês fluente, e mesmo tendo sido expulso de alguns colégios, eu estou me pós graduando em economia.
Talvez isso tudo me mostre o quanto eu sou insignificante e o quanto eu tenho pra aprender sobre a vida e a natureza do ser humano.Sim, as pessoas ainda me assustam com seus lados podres. Mas por outro lado, eu vejo que em cada sentimento tenebroso de revolta agressva e explosiva, geradas pelas gorfadas de nojo do lado sujo que descubro nos outros, e vejo o quanto eu ainda tenho esperança na bondade dos seres humanos. Eu vejo que essas decepções e frustrações afirmam o quanto a minha fé na bondade das pessoas ainda faz parte do meu dia a dia, não me deixando ser pior do que meu lado ruim pode ser.
Muitas pessoas são assim. E se eu fosse um Deus (cristão ou pagão) vestido de Capitão Nascimento, eu diria:
"É por isso que eu não coloco o fim do mundo na conta do Papa."
11 de julho de 2011
Muito a declarar, preguiça de gritar.
Talvez eu deva lembrar mais vezes do ano em que eu nasci. Talvez eu deva lembrar com mais constância daquilo que eu tenho e daquilo que eu quero ter. Talvez eu não deva dar menos importância pra tudo aquilo que eu já tive e entender, que tudo muda ou simplesmente acaba. Talvez eu só queira um lugar onde eu me sinta bem, sem precisar chamá-lo de meu.
Um tanto de “talvez” escrito em certezas e logo, um tanto de certezas escrito de “porém” em “porém”. Aprendizado posto em verso e em brasas de prosa. Se tornando cinzas jogadas ao vento, que de maneira livre e despretensiosa deixam pegadas espalhadas.
O mundo fica menor perto da terceira dezena, porém torna-se menos idealizado e mais real. Sensação de fim de festa, corpo bem disposto e mente cansada. Vontades e anseio de realizações no que chama de aprender. Frustrações dão vazão à novos sonhos enquanto metas apontam para oportunidades cada vez mais únicas. Esperança e fome no que chama de viver. Coração calejado no que chama de sentir. Preguiça de pessoas, do coletivo e do mundo. Até de mim.
13 de maio de 2011
Perder-se, Também é Caminho
Tempo que arrasta, juventude sendo gasta. Chuva que cai, cama vazia e saudade escassa. Dia em noite, noite em noite, caminho que segue, vida vivida, vida sem graça. Passa longe, passa entregue, passa distante. Passa alegre. Passa no descaso. Pouco a pouco, passa.
Passe logo, faça o favor de passar.
Ser egoísta, que desdenha e cativa. Que sabe e não e não sabe. Vista grossa condena e faz. E nos sonhos cada pegada vai sendo apagada, numa estrada de areia lavada por agua salgada.
Ontem sofri, hoje falta um pedaço em mim. Com um sorriso no rosto, não sofrerei por lembranças de trás. Ontem eu vi morrer um pedaço amor, porque matei.
E se perder-se for também caminho para morrer de vez, hoje de certo e até quando for, mais desse amor matarei.
10 de maio de 2011
Vamos brincar de fazer desenhos em núvens....
"amar vc tem se tornado menos pesado... de um jeito ou de outro, mais calmo... quase que como um sentimento sem pressa
q horas eh tão ruim q da vontade de chorar pra dentro... e q horas eh tão bom q da vontade de desenhar corações com estrelas no céu..."
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